20.7.12

TÉCNICAS PARA PEANHAS (SUPORTE PARA SANTOS)



 À pedido de leitores do blog Das Artes  posto algumas técnicas (minhas) para peanhas. São muito fáceis e podem ser feitas em madeira, resina, cerâmica ou gesso.
 O 'crédito' das fotos - para efeito decorativo da página - estão no final da postagem.

FOLHAÇÃO COM OURO

- Impermeabilizar a peanha com goma laca - 3 vezes. Entre cada demão deixe secar ou use o secador.
- Passe verniz mordente e espere ficar no ponto de grude. Notará ao tocar.
- Grude as folhas de ouro ou prata, uniformemente, com pincel macio para não ficar marcado.
- Deixe secar bem.
- Passe goma laca incolor para impermeabilizar e com o tempo não oxidar.
- Deixe secar.
- Passe betume, diluído na água raz, mas num ponto fraco.
- Retire com um pano macio, deixando aparecer bem o ouro.



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EFEITO BAMBU ENVELHECIDO

- Impermeabilize 3 vezes a peanha (de gesso ou resina) com goma laca indiana. Deixe secar entre uma e outra demão.
- Passe o betume dissolvido com água raz e logo em seguida limpe com um pano macio no mesmo sentido.
- Passe cera nos dedos, besunte os dedos com purpurina ouro e faça nuances, de leve, nos pontos da peça que você quer o ouro. Ou coloque folhas de ouro, mais bonito!



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 EFEITO MARFIM

Impermeabilize a peça com uma demão de goma laca incolor.
Passe tinta a óleo branca (bisnaga) em toda a peça.
Deixe secar bem.
Pinte com tinta bisnaga na cor marrom terra, ou siena e vá retirando com um pano macio por partes. Deixe um pouco de tinta nas partes mais profundas.
Deixe secar e abra o lustro.


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EFEITO TERRACOTA

- Dê uma demão de tinta PVA na cor terracota, flamingo ou salmão.
- Deixe secar.
- Dilua a tinta a óleo (bisnaga) branca em um pouquinho de água raz, até ficar cremosa.
- Aplique em toda a peça.
- Retire em seguida com um pano macio.


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EFEITO MADEIRA VELHA 'COLORIDA'

- Não impermeabilize a peça.
- Escolha uma 'tinta a óleo' da cor desejada e um pouquinho de água raz para dissolver.
- Passe na peça. Deixe secar.
- Passe betume dissolvido ao tom médio e vá limpando por partes.
- Coloque talco em toda a peça e retire o excesso.

- Abra o lustro, e se quiser, aplique com o verniz mordente, alguns filetes de folha de ouro. 



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EFEITO ENVELHECIMENTO RÚSTICO (sem foto)

- Passe 1 vez a goma laca indiana.
- Passe as 3 tintas a óleo (bisnaga) na ordem verde, marrom e vermelha, uma após a outra, esperando uns 5 minutos de secagem entre elas.
- Espere um pouco e retire tudo com papel higiênico.
- Solte talco e passe uma flanela.


EFEITO MADEIRA MUITO VELHA (sem foto)

- Passe betume diluído em água raz 'sem impermeabilizar' a peça, nem muito forte, nem muito fraco. Espere uns minutos e jogue talco por cima. Retire o excesso com pano macio. Se quiser repita a operação, pois essa técnica permite tudo, até erros.

A peça ficará bem velha. Se gostar aplique filetes de folha de ouro envelhecida e impermeabilize apenas as folhas. Cubra com betume e retire logo.

EFEITO MADEIRA ESTILIZADA (sem foto)

- Aplique uma demão de goma laca purificada.
- Misture 2 partes de betume e 1 parte de água raz. Aplique sobre toda a peça.
- Deixe secar.
- Passe um Bombril suavemente sobre as áreas em relevo.
- Misture a goma laca e um pouquinho de purpurina e aplique sobre as áreas que deseja realçar.




'Crédito' das fotos aos sites, como ilustração do post:

- Vila Club - Villa Antica - Catálogo Das Artes - Mercado Livre - Leilao Justo
- Empório de Arte - Detalhes Leilões



IDADE MÉDIA: O REINO DA RELIGIÃO





A Idade Média compreende o milênio entre os séculos V e XV, aproximadamente desde a queda de Roma até o Renascimento. O período inicial é chamado Idade das Trevas, depois da queda do Imperador bizantino Justiniano (ano 565), até o reinado de Carlos Magno (ano 800).
Mas a Idade das Trevas foi apenas uma parte da História da Idade Média. Há muitos pontos de luz na arte e na arquitetura, desde o esplendor da corte bizantina, em Constantinopla, até a imponência das catedrais góticas.
Nessa época, o cristianismo triunfou sobre o paganismo e o barbarismo - os bárbaros destruíram o que levara 3000 mil anos para ser construído.
Uma vez que o foco cristão se dirigia para a salvação e para a vida eterna, desapareceu o interesse pela representação realista do mundo. Os nus foram proibidos e até as imagens de corpos vestidos revelavam a ignorância da anatomia. Os ideais greco-romanos de proporções harmoniosas e equilíbrio entre o corpo e a mente desapareceram. Os artistas medievais se interessavam exclusivamente pela alma, dispostos principalmente a iniciar novos fiéis nos dogmas da igreja.
Os teólogos acreditavam que os cristãos aprenderiam a apreciar a beleza divina através da beleza material, e o resultado foi uma profusão de mosaicos, pinturas e esculturas.
Na arquitetura também a arte medieval se formou de três estilos diferentes: o bizantino, romano e gótico.
Tanto os romanos como os bizantinos seguiam a tradição dos 'Mosaicos' ( montagem de cubos coloridos). Enquanto o Mosaico Romano era de cubos de mármore opaco, com acabamento liso e uniforme, cores limitadas à tonalidade de pedras, e usados em residências, com temas seculares inspirados em batalhas e jogos, e com paisagem ao fundo, o Mosaico Bizantino era feito de cubos de vidro brilhante, superfícies irregulares, e usados em paredes e tetos no adorno de igrejas, e sempre com temas religiosos. Normalmente o fundo era em azul.

ÍCONES
Melancólica como as imagens de mártires torturados não se pode falar em arte bizantina sem um olhar para os ícones. Eram pequenos painéis de madeira com imagens pintadas, supostamente com poderes sobrenaturais. As imagens são rígidas, em pose frontal e geralmente com olhar fixo. Acreditava-se que os ícones tinham propriedades milagrosas. Fiéis mais ardorosos os carregavam para a guerra, outros gastavam a pintura de tanto beijá-los. Tão forte se tornou o culto aos ícones que eles foram proibidos entre 726 a 843, por desobediência ao mandamento contra a idolatria.



MOSAICOS
Uma das maiores formas de arte, surgiu entre os séculos V e Vl em Bizâncio, já em poder dos turcos e em capital italiana, Ravena. Os mosaicos eram utilizados na propagação do novo credo oficial, o Cristianismo, portanto o tema era a religião em geral mostrando Cristo como mestre e senhor todo-poderoso. Uma suntuosa grandiosidade, com halos iluminando as figuras sagradas e fundo resplandecendo em ouro, caracterizava essas obras.
As figuras humanas são chapadas, rígidas e simetricamente colocadas parecendo estar penduradas. Os artesãos não se interessavam em perspectiva ou volume. Suas figuras humanas eram altas, esguias, com rosto amendoado, olhos enormes e expressão solene, olhando para a frente, sem o menor esboço ou movimento.
Mosaico Bizantino

Mosaico Romano

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Arte Comentada: da pré-história ao pós-moderno / ed. Ediouro
Rio de janeiro 2004 – Carol Strickland, Ph.D.

17.7.12

RUBENS GERCHMAN

O Beijo


- Tais Luso de Carvalho

Nasceu no Rio de janeiro em 1942 onde iniciou sua formação artística em 1957 no Liceu de Artes e Ofícios onde estudou desenho. Posteriormente entrou para a Escola de Belas Artes onde realizou suas primeiras exposições em 1960 e em 1961. Seus trabalhos, inicialmente, eram a xilogravura e serigrafia  que exploravam a vida cotidiana das grandes cidades, como futebol, concursos de beleza, política onde abordava, também, os dramas humanos documentando a realidade social. E com essas abordagens alcançava enorme sucesso nacional e internacional onde obteve o prêmio  Figuração Narrativa na Arte contemporânea de Paris, em 1965.

Em 1966 abandonou a serigrafia e xilogravura e parte para outros materiais como madeira, alumínio... e começou a planejar grandes construções para espaços abertos: as cartilhas superlativas onde deveriam ser postas em lugares predeterminados, como um enorme 'AR', de aço inoxidável que deveria ser colocado no alto de um edifício, contrapondo-se às antenas de televisão das montanhas da Guanabara.

Empenhado em manter uma comunicação cada vez maior com suas obras, Gerchman foi um artista que viu na palavra escrita o recurso para expressar melhor sua mensagem estética. Valeu-se de frases que completavam o significado das representações e quando a imagem não conseguia mais transmitir suas ideias, ele usava unicamente as palavras em criações monumentais destinadas à apreensão fácil e imediata por parte do público.

Contemplado com o prêmio adquirido no 16º Salão de Arte Moderna, em 1966, ganhou uma viajem ao exterior onde resolveu residir em Nova Iorque entre 1968 a 1972. Em 1978, viajou para os Estados Unidos com bolsa da Fundação John Simon Guggenheim.

Influenciado  pela Pop Art, Arte concreta e neoconcreta, tornou-se um dos principais representantes da Vanguarda carioca. Morreu aos 66 anos, em 2008, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, vítima de um tipo raro de câncer.

"Os problemas de linguagem pictórica são a preocupação de uma minoria, mas a guerra, o sexo, a moral, a fome, a liberdade são problemas de todos os seres humanos". (de Ferreira Gullar, seu amigo).

O Carro
Não há vagas / 1965

As Panteras / 1990
Viva a Vida


Lindonéia / 1996
Poesia Visual

- Enciclopédia Virtual Itaú
- Arte nos Séculos / abril cultural