6.12.13

CAMILLE PISSARRO



- Tais Luso de Carvalho

Camille Pissarro nasceu em Saint'-Tomas, nas Antilhas, no ano de 1830 e estabeleceu-se em Paris em 1855. Filho de um comerciante israelita e de mãe crioula, depois de ter estudado em Paris, foi, inicialmente, forçado por seu pai a se associar em seus negócios.
Mas tendo conhecido o pintor dinamarquês Fritz Melbye, seguiu com ele para a Venezuela. Enfim, em 1885 foi para Paris e entusiasmou-se por Carot, que orientou sua vocação para a paisagem.
No início foi muito influenciado pela pintura de Carot, Millet e Daubygny.
Não levou muito tempo para romper com a pintura acadêmica e expôr no Salon des Refusés, em 1863.
Mas foi em 1870, enquanto a França se envolvia na Guerra desastrosa com a Prússia, que Pissarro se encontrava com seu amigo Monet em Londres. Também foi durante esta estadia na capital inglesa que conheceu o galerista Paul Durand-Ruel.
Camille Pissarro foi o mais velho incentivador do grupo dos impressionistas. Exerceu uma enorme influência no grupo dos pintores jovens, aconselhava com benevolência e energia, e teve seu lugar de importância na arte do século 20. Foi o único membro do grupo que não faltou a nenhuma das exposições do movimento. Foi o primeiro a eliminar da paleta, o betume, o preto e a cor terra de siena, alterando assim a gama de cores para tonalidades mais claras.
Nas suas obras, das mais impressionistas, conseguiu unir um vivo sentido da cor com o equilíbrio geral da composição.
Pissarro mostra em suas obras o grau de refinamento que alcançou na pintura de paisagens. Foi capaz de representar os matizes de cores e a variedade de luz que se pode observar na natureza, seja iluminada, seja num bosque.
De regresso à França em 1871, Pissarro trabalhou em Pantoise e Eragny . Após 1885 demonstrou interesse pelas teorias neo-impressionistas de Seurat e Signac, mas o entusiasmo por esse estilo durou pouco, voltando a uma pintura mais livre.
A obra de Pissarro mostra uma evolução regular desde o realismo do meio do século 19 até o divisionismo livremente interpretado, sempre baseado numa profunda preocupação com a natureza. Foi um dos pintores que melhor soube expressar a atmosfera profunda e particular do campo francês. Dizia ele - a seu filho - que era de temperamento rústico, melancólico, de aspecto grosseiro e selvagem.
Segundo Cézanne, Pissarro foi o pintor que mais se aproximou da natureza: Ele traduziu especialmente as casinhas camponesas no fundo dos valões profundos, envolvidas de verdura ondulante, com um sentimento direto da verdade das coisas da terra. Preconizando sem se cansar a humildade diante da natureza, o humilde e colossal Pissarro – como dizia Cézanne – aparece como um dos mais autênticos pintores franceses.

Veio a falecer em 1903.