17.6.13

VELÁZQUEZ – O PINTOR DA CORTE


        Tais Luso de Carvalho

Diego Rodrigo da Silva y Velázquez, um dos maiores retratistas da história das artes, nasceu na cidade de Sevilha / Espanha, em 1599.

Em 1611 tornou-se aprendiz de Francisco Pacheco, pintor maneirista e importante teórico da arte. Velázquez casou-se com a filha de Pacheco, Joana, em 1617. Por influência do sogro integrou-se à corte real, em pleno século de ouro (16 e 17) da coroa espanhola, totalizando mais de 150 anos. Foi um período de relevância nas artes, na literatura, no teatro, na expansão territorial, no comércio marítimo, na descoberta de prata e ouro gerando riqueza ao país.

Eduard Manet dizia que Velázquez era o maior de todos os pintores, o precursor do impressionismo, por suas pinceladas livres das telas de paisagem. Era também um grande retratista, sendo clássicos seus quadros de famílias reais, como 'As meninas -1656'.

Aos 24 anos Velázquez tornou-se pintor oficial da Corte de Felipe IV, conquistando rapidamente a confiança do rei, sendo esse, retratado apenas por ele.

Entre 1648 e 1651 Velázquez foi à Itália e lá pintou duas dentre suas obras mais célebres: Juan de Pareja (escravo mulato de Velázquez) e Papa Inocêncio X.

As Meninas – antes denominada 'A família de Felipe IV', resultou numa pintura mais solta e na correta dispersão da luz, o qual evidenciava as formas conferindo uma sensação de proximidade e realismo. Nessa obra, Velázquez retratou-se à direita da tela; no centro a princesa Margarida; no canto direito, bufões, anões, um cachorro e dois personagens típicos da corte. No fundo um homem abre a porta, inundando de luz o último plano. A luz e o reflexo no espelho mostra a presença do próprio rei Felipe IV e sua mulher a rainha Mariana.

Admirador de Tiziano, Tintoretto e Veronese foi o maior artista da contra-reforma na medida em que o barroco espanhol era o estilo oficial da reação católica à Reforma. Mas era um barroco ainda realista, que não chegava aos exageros do rococó.

Pintou poucos nus e alguns de seus quadros se perderam, pois ele não os assinava. Dentre alguns, destaca-se 'Vênus no Espelho'. Utilizando cores maravilhosas, principalmente o azul, foi um perfeccionista que se impôs pelo trabalho, transmitindo uma incrível sensação de vida em sua grandiosa obra.

Em seus últimos anos, passados em Madri, Velázquez continuou a receber novas honras, como a 'Ordem dos Cavaleiros de Santiago', em 1659. Suas últimas pinturas, como retrato, foram da rainha Mariana da Áustria e das crianças.

A maior parte das obras de Velázquez encontra-se na Espanha, no Museu do Prado. Fora da Espanha há obras em Londres, na National Gallery que abriga seu único nu ainda existente, e a 'Vênus de Rokeby -1648 no Wellington Museum e na coleção Wallace.
Faleceu em 1660 em Madri como o maior pintor da escola espanhola.




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